Open letter on dangers of Covid-19 for Isolated Indigenous Peoples (3-23-20)

Open Letter to Brazilian Authorities and Society at Large on the Dangers of the Covid-19 Pandemic for Isolated Indigenous Peoples

COVID-19 for isolated indigenous peoplesPublic statement regarding the possible exposure of isolated indigenous peoples in Brazil to Covid-19, approved by SALSA’s Board of Directors and the Public Issues and Actions Committee, in English, Portuguese, and Spanish.

Dangers of the Covid-19 Pandemic for Isolated Indigenous Peoples

As specialists on the indigenous peoples of the Amazon, the members of the Society for the Anthropology of Lowland South America (SALSA) are acutely aware of the tragic health impacts of contagious diseases on indigenous communities in general, and isolated indigenous peoples in particular. History shows us, and indigenous peoples have told us, about the devastation brought on by epidemics such as measles, smallpox, whooping cough and influenza, which have decimated or extinguished entire populations.

Continue reading...

SALSA is therefore deeply concerned about the dangers that the coronavirus (COVID-19) pandemic poses to the indigenous peoples of Brazil, especially isolated peoples, who are among the most vulnerable. We support the initiative by Brazil’s federal Indian agency, FUNAI, in suspending research authorizations in federally recognized indigenous lands. We also hope that FUNAI will do much more to halt the recent spike in illegal invasion of indigenous territories by outsiders such as miners, loggers and ranchers as well as religious missionaries.

However, SALSA condemns FUNAI’s recent policy change allowing regional directors, often political appointees without adequate technical expertise, to initiate contact with isolated peoples, thus overturning robust, existing protective policies developed within the Department of Isolated Indians by experienced field agents. We are also deeply worried about the appointment of a former religious missionary to head the Department of Isolated Indians, given the long history of negative impacts on indigenous societies’ health and culture by some religious missionaries in the past.

According to health specialists, coronavirus can be transmitted and spread by those who do not show symptoms. Thus SALSA considers any unwarranted attempt to approach immunologically vulnerable people in the midst of such an unpredictable pandemic, especially without the input and participation of experienced field agents, to be reckless and potentially catastrophic, and urges Brazilian and international authorities to treat any lethal consequences of such approach as murder or genocide.

SALSA will continue to follow the situation very closely and would appreciate any clarifications or response from FUNAI, the Ministry of Justice, or other Brazilian authorities.

 

Carta aberta às autoridades brasileiras e à sociedade em geral sobre os perigos da pandemia de Covid-19 para povos indígenas isolados

Como especialistas em povos indígenas da Amazônia e membros da Sociedade para a Antropologia das Terra Baixas de América do Sul (SALSA), temos plena consciência dos trágicos impactos de doenças contagiosas na saúde de comunidades indígenas, em geral, e nos povos indígenas isolados, em particular. A história nos mostra, e os povos indígenas nos contaram, sobre a devastação causada por epidemias como sarampo, varíola, tosse convulsa e gripe, que dizimaram ou extinguiram populações inteiras.

Portanto, a SALSA está profundamente preocupada com os perigos que a pandemia de coronavírus (COVID-19) representa para os povos indígenas do Brasil, especialmente os isolados, que estão entre os mais vulneráveis. Apoiamos a iniciativa da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) de suspender as autorizações de pesquisa em terras indígenas reconhecidas pelo governo federal. Também esperamos que a FUNAI faça muito mais para deter o recente aumento na invasão ilegal de territórios indígenas por pessoas de fora, como mineradoras, garimpeiros, madeireiros e fazendeiros, bem como missionários religiosos.

No entanto, a SALSA condena a recente mudança de política da FUNAI, permitindo que diretores regionais, muitas vezes nomeados políticos sem conhecimento técnico adequado, iniciem contato com povos isolados, revertendo assim políticas de proteção robustas e existentes, desenvolvidas na Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) por agentes de campo experientes. Também estamos profundamente preocupados com a nomeação de um ex-missionário religioso para chefiar a CGIIRC, dada a longa história de impactos negativos na saúde e na cultura das sociedades indígenas provocados por alguns missionários religiosos no passado.

Segundo especialistas em saúde, o coronavírus pode ser transmitido e disseminado por quem não apresenta sintomas. Portanto, a SALSA considera qualquer tentativa injustificada de abordar pessoas imunologicamente vulneráveis em meio a uma pandemia tão imprevisível, especialmente sem a participação de pessoal experiente do corpo técnico, como sendo imprudente e potencialmente catastrófica, e chamamos as autoridades brasileiras e internacionais a tratar quaisquer conseqüências letais de abordagem como assassinato ou genocídio.

A SALSA continuará acompanhando de perto a situação e agradeceria qualquer esclarecimento ou resposta da FUNAI, do Ministério da Justiça ou de outras autoridades brasileiras.

Carta abierta a las autoridades brasileñas y a la sociedad en general sobre los peligros de la pandemia de Covid-19 para pueblos indígenas aislados

Como especialistas en los pueblos indígenas de la Amazonía, los miembros de la Sociedad para la Antropología de las Tierras Bajas de América del Sur (SALSA) conocemos bien los efectos trágicos que tienen las enfermedades contagiosas sobre la salud en las comunidades indígenas en general y los pueblos indígenas aislados en particular. La historia revela, así como nos lo han hecho saber los pueblos indígenas, que las epidemias como el sarampión, la viruela, la tos ferina y la gripe, han diezmado o extinguido poblaciones enteras.

Por lo tanto, la membresía de SALSA está profundamente preocupada por los peligros que representa la pandemia del coronavirus (COVID-19) para los pueblos indígenas de Brasil, especialmente los muy vulnerables pueblos aislados. Apoyamos la iniciativa de la agencia federal de Brasil, FUNAI, de suspender autorizaciones de investigación en tierras indígenas reconocidas por el gobierno federal. También esperamos que FUNAI haga mucho más para detener el reciente aumento en la invasión ilegal de territorios indígenas por parte de mineros, madereros, ganaderos, misioneros religiosos, y otros agentes foráneos.

Sin embargo, SALSA condena el reciente cambio en las políticas de FUNAI, que ahora permiten a los directores regionales, quienes a menudo son nombrados como cuotas políticas a pesar de carecer la experiencia técnica apropiada, iniciar contacto con pueblos aislados. Con tales cambios, anulan la protección robusta que otrora desarrollara el Departamento de Indios Aislados a la luz de las experiencias de experimentados agentes de campo. También nos preocupa profundamente el nombramiento de un ex misionero religioso para dirigir el Departamento de Indios Aislados, dada la larga historia de impactos negativos en la salud y cultura de las sociedades indígenas por parte de algunos misioneros religiosos en el pasado.

Según los especialistas en salud, el coronavirus puede ser transmitido y propagado incluso por aquellos que no muestran síntomas y no tienen conciencia de estar infectados. Por lo tanto, SALSA considera que cualquier intento injustificado de acercarse a personas inmunológicamente vulnerables en medio de una pandemia tan impredecible, especialmente sin el aporte y la participación de agentes de campo con experiencia, es imprudente y potencialmente catastrófico, e insta a las autoridades brasileñas e internacionales a tratar cualquier consecuencia letal de tales acciones como asesinato o genocidio.

SALSA continuará siguiendo la situación muy de cerca y agradecería cualquier aclaración o respuesta por parte de FUNAI y otras autoridades brasileñas.

Image: composite from The Amazon Conservation Team and Smithsonian Magazine.